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O crescimento infantil é regulado por diversos fatores: nutrição, ambiente, hormônios e também pelo potencial genético - as informações de DNA recebidas do pai e da mãe desde a fecundação.
O que a altura dos pais diz sobre a altura dos filhos?
A altura é um dos traços mais "herdáveis" com quase 80% dele sendo determinado pelo fator genético.
Em todo processo de investigação de alta ou baixa estatura precisamos começar com base na média da altura dos pais.
A altura- alvo ou estatura- alvo é a variação final de altura que a criança pode ter de acordo com a herança genética e é calculada com base na altura dos pais biológicos.
É verdade que meninos e meninas crescem diferente?
Sim! Meninos e meninas crescem diferente!
As meninas fazem o estirão da puberdade antes dos meninos, mas a altura adulta costuma ser menor.
Por isso, o cálculo da estatura alvo é diferente para meninas e meninos mesmo que tenham os mesmos pais biológicos.
Como calcular a estatura- alvo de crianças e adolescentes?
Para meninas, a altura alvo será: AA = [ (altura da mãe + altura do pai)/ 2 ] - 13
Para meninos, a altura alvo será: AA= [ (altura da mãe + altura do pai)/2 ] + 13
Considera- se dentro do alvo genético, uma variação de 5 centímetros para mais ou para menos.
E como saber se meu filho esta crescendo bem?
1. Ir às consultas periódicas com o pediatra de sua confiança seguindo as recomendações de tempo de cada idade.
2. Observar se altura dele é semelhante às de crianças do mesmo sexo e idade!
3. Observar se a altura e peso são compatíveis com as características da família (pais, irmãos).
4. Na dúvida, sempre consultar o pediatra de sua confiança ou um endocrinologista pediátrico.
Dra Janayna Lima do Vale
CRM 173057
Sou a mais nova de uma família de quatro filhos e quando decidi fazer Medicina, eu já estava no último ano de Licenciatura em Biologia. Na época, minha mãe ficou bem receosa, afinal, a lógica natural seria entrar no mercado de trabalho e não voltar às cadeiras de cursinho para tentar o curso mais concorrido da minha cidade. Mesmo assim, recebi apoio total da minha família!
Eu já tinha cinco sobrinhos e
justamente próximo das provas nossa caçula estava nascendo. Lembro de acordar
na madrugada- exausta da carga de estudo - sonhando que minha
irmã, que estava passando o "resguardo" conosco,
tinha cochilado e deixado a bebê cair!
Na verdade, ela estava atenta,
amamentando sozinha enquanto todos nós já tínhamos caído no sono!! Participei
de todo o puerpério e primeira infância dos meus três sobrinhos mais
novos (antes e durante o curso)...me sentia um pouco mãe deles, mas
a empatia com as vivências (boas e ruins) das minhas irmãs e
cunhada foram essenciais para que eu me identificasse não só com a Pediatria,
mas principalmente com o diálogo entre aqueles que constituem a rede de apoio
de toda mãe e de todo pai, seja de primeira viagem ou não.
Me formei em 2014 pela Universidade Estadual do Piauí -UESPI e depois vim para São Paulo fazer residência médica em Pediatria, pela UNISA. Adquiri experiência em Emergência e conheci chefes apaixonados pelo aleitamento materno e pelo crescimento e desenvolvimento infantil.
Me vi ainda mais apaixonada quando escolhi Endocrinologia Pediátrica e por dois anos aprofundei os conhecimentos
no Instituto da Criança- FMUSP, com foco nos distúrbios de crescimento e puberdade, diabetes mellitus tipo I, obesidade, alterações do metabolismo ósseo, tireoide e das glândulas adrenais.
Certamente, o olhar científico
nos fornece um caminho seguro para orientações e suporte clínico, mas é o olhar
cuidadoso e acolhedor, a escuta diária que nos faz entender que cada pessoa tem
uma história e que junto de cada criança e adolescente tem uma família que
precisa ser acolhida também.
Em qualquer idade você pode exalar um odor mau cheiroso relacionado ao suor. É esse suor com cheiro excessivamente desagradável que chamamos de bromidrose. (Difere da hiperidrose que é o suor excessivo mas sem odor ruim).
A degradação de BACTÉRIAS do suor ou de queratina secretada é o principal mecanismo que leva à bromidrose. Mas outros fatores também podem ser responsáveis pelo mau cheiro.
Respondendo as dúvidas dos seguidores:
O cheiro fica mais forte a partir de qual idade?
Embora o mecanismo principal envolva bactérias, a secreção de hormônios das glândulas apócrinas também contribui para o odor axilar.
A partir de 6 anos nas meninas e 7 anos nos meninos, começa um processo silencioso de produção de androgênicos com aumento da liberação de dois hormônios: dehidroepiandrosterona, apelidado de DHEA, e sua forma sulfatada, s-DHEA. Esses hormônios são fétidos mesmo antes da degradação bacteriana.
No meu filho o cheiro é forte.
Comparando pessoas com bromidrose e pessoas sem bromidrose descobriu-se maior número de glândulas apócrinas e níveis mais altos de diidrotestosterona que testosterona na fração nuclear da pele axilar, sugerindo maior papel da 5-alfa-redutase.
Pode existir também um padrão familiar, com uma herança genética do tipo autossômica dominante. Além disso quem tem mais suor, tem mais chance de bromidrose.
É normal bebê de dois anos ter odor?
Os estímulos para o odor excessivo incluem calor, exercício e emoção; mas outros estímulos como certos alimentos, (alho, cebola, curry, ingestão de álcool - para adultos), medicamentos e algumas doenças também podem afetar o mau cheiro. Na ausência dessas condições, vale a pena procurar o especialista para avaliar se não há sinais de adrenarca precoce associados.
Limão é bom?
O limão pode manchar a pele, causando o que os dermatologistas chamam de “fitofotodermatose”, por isso não é recomendado.
Antigamente usava muita coisa caseira, não sei se ainda pode usar...
O mais importante é manter uma boa higienização das áreas mais afetadas. Então além de lavar e secar o corpo, lavar bem as roupas impregnadas de suor e não usá-las suadas. Usar roupas de fibra natural que permitam a evaporação do suor também ajuda. E na persistência do mau cheiro, procure um especialista.
Devemos usar desodorante ou leite de colônia para esse odorzinho?
A ANVISA libera desodorantes a partir de doze anos. Antes disso, a sensibilidade da pele infantil diminui a quantidade de produtos que podem ser usados com segurança. Desodorante em forma de creme ou rollon são as apresentações preferíveis, principalmente aqueles sem álcool ou cheiro. Minancora ou leite de rosas são produtos que podem ser usados em alternativa aos desodorantes.
Dra Janayna Lima do Vale
CRM-SP 173057
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatra, Sociedade Brasileira de Dermatologia e uptodate.
Antes da criança se tornar um adolescente e entrar na puberdade, seu corpo passa por um processo silencioso que começa nas adrenais: a adrenarca. A adrenal é uma glândula que fica acima do rim e chega a um terço do tamanho dele no nascimento, diminuindo ao longo dos anos. Mesmo pequena ela produz hormônios essenciais para a vida desde quando a criança está no útero.
Depois dos seis anos de idade, ela se volta para os hormônios sexuais, que estimulam o aparecimento dos pelos e do odor da axila. Além disso, os níveis desses hormônios se relacionam com o desenvolvimento do sistema corticolímbico cerebral, o sistema das emoções!
Eles também estão envolvidos com a transmissão de neurônios e a neuroplasticidade, que é aquela característica de mudar a estrutura e função dos neurônios ao longo do desenvolvimento e ao longo das experiências vividas (positivas e negativas).
O crescimento do corpo tem tudo a ver com a adrenal também. A insulina e o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) estimulam a expressão das atividades adrenais e estão envolvidos na proliferação de células. A leptina, um hormônio do tecido gorduroso, estimula a atividade das células adrenocorticais, que desviam a produção de hormônio para o aumento do DHEAS.
Traduzindo: esses hormônios adrenais estão associados ao desenvolvimento do corpo,surgimento da atração sexual, comportamento e maturidade social.
🚨 E atenção: se acha que seu filho está entrando nessa fase antes da hora ou rápido demais, converse com seu pediatra ou procure um endocrinologista infantil.
Dra Janayna Lima do Vale
CRMSP: 173057.
O Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é a síndrome comportamental mais prevalente na infância, sendo uma causa muito comum de consultas neuropediátricas. Ele não é um transtorno específico do aprendizado, mas seus sintomas podem causar muito impacto na vida escolar e também profissional durante a vida adulta.
Os sintomas de hiperatividade, impulsividade e/ou desatenção devem ocorrem frequentemente, além de estarem presentes em mais de um ambiente (por exemplo, escola e casa). Também é necessário que tais sintomas persistam por pelo menos seis meses, estar presente antes dos 12 anos e causar prejuízo em atividades acadêmicas, sociais ou ocupacionais. Tais manifestações devem ser excessivas para o nível de desenvolvimento da criança.
O diagnóstico nem sempre é facil, uma vez que exames de imagem são dispensáveis e apenas a observação clínica é necessária. A American Psychiatric Association definiu critérios de consenso para o diagnóstico de TDAH, publicados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-5) e que são usados no Brasil para este diagnóstico.
Para crianças com menos de 17 anos, o diagnóstico de TDAH no DSM-5 requer ≥6 sintomas de hiperatividade e impulsividade ou ≥6 sintomas de desatenção. Para adolescentes com idade de 17 anos ou mais e adultos, são necessários ≥5 sintomas de hiperatividade e impulsividade ou ≥5 sintomas de desatenção.
Se você desconfia que pode ter o transtorno, vamos fazer um check list? Atenção: isso não substitui uma consulta médica ou avaliação com especialista!!
Sugiro que responda as seguintes perguntas com:
“Nem um pouco”, “ Só um pouco”, “Bastante”, “Demais”
ATENÇÃO
a) Você frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras?
b) Você frequentemente tem dificuldades para manter atenção em atividades lúdicas?
c) Com frequência você parece não escutar quando lhe dirigem a palavra?
d) Com frequência você não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais?
e) Com frequência tem dificuldades para terminar tarefas ou atividades?
f) Com frequência você evita, antipatiza ou reluta em envolver-se com tarefas que exigem esforço mental constante?
g) Com frequência você perde coisas necessárias para tarefas ou atividades?
h) É facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa?
i) Com frequência você apresenta esquecimento em atividades diárias?
HIPERATIVIDADE
a) frequentemente agita mãos ou pés ou se remexe na cadeira?
b) frequentemente abandona sua cadeira na sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que se permaneça sentado?
c) frequentemente corre ou escala em demasia em situações nas quais é inapropriado?
d) frequentemente tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente com atividades de lazer?
e) está frequentemente “a mil” ou muitas vezes age como se estivesse “a todo vapor”?
f) frequentemente fala em demasia?
IMPULSIVIDADE
h) frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas?
I) com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez?
j) frequentemente interrompe ou se mete em assuntos dos outros?
Se você respondeu “bastante” e “demais” em mais cinco ou seis itens, procure um médico de sua confiança para esclarecer suas dúvidas.
Dra Janayna Lima do Vale
CRM-SP 173057
"A pediatria trata de tudo sobre o crescimento e desenvolvimento de cada aspecto da vida humana -- físico, emocional, cognitivo e sexual -- desde a concepção até o nascimento, adaptação neonatal, infância, puberdade e na vida adulta jovem... O sistema endócrino exerce um papel central nessas adaptações e mudanças. " (Sperling, M. A. Endocrinologia pediátrica. 4.ed, 2015)
O sistema endócrino diz respeito a todos os hormônios produzidos por nosso corpo, ligados em um emaranhado sistema de regulação que traz o equilíbrio para nosso metabolismo. As doenças endócrinas acontecem quando há uma deficiência, excesso ou resistência a estes hormônios.
Os
principais problemas tratados pelo endocrinologista infantil estão
relacionados às alterações de crescimento (baixa ou alta estatura)
e de puberdade (precoce ou tardia, síndrome de ovários
policísticos). Também inclui alterações nas glândulas adrenais, na tireoide
e paratireoides, além de alterações no hipotálamo e hipófise
- considerada "glândula mestra" e alterações no metabolismo
ósseo, exemplificado pelo raquitismo e osteoporose.
Aos cuidados
da endocrinologia pediátrica estão as crianças e adolescentes
com diagnóstico de diabetes, obesidade infantil e alterações no
colesterol e triglicerídeos.
A consulta com o endocrinologista pediátrico geralmente é solicitada pelo pediatra geral ao perceber que os cuidados com aquela condição clínica necessitam de um olhar mais especializado.
Dra Janayna Lima do Vale
CRM-SP 173057/ RQE 85124
Na minha humilde opinião, a pediatria é a área mais linda e abrangente da Medicina, dando significado à descrição poética que diz que Medicina é "a arte de curar"!!
Conseguimos tanto prevenir doenças e modificar hábitos, como tratar situações de risco à saúde e à vida. Fora isso, engana-se quem acha que o pediatra cuida "só de pessoas pequenas".
Ao cuidar de crianças e adolescentes, o pediatra precisa ter uma visão de todo contexto que envolve o crescimento e desenvolvimento infanto-juvenil, incluindo o bem estar da própria família. Respeitar as diferenças culturais e as formações familiares, trazendo sempre um ambiente seguro e de amor para àqueles que são nosso futuro é condição essencial para quem deseja entrar na sua casa e fazer parte do seu lar.
Sim! O pediatra pode fazer parte da sua família, como um ente querido a quem você recorre antes de ir ao pronto socorro, por exemplo, ou a quem você escuta quando todos estão dando "pitaco" sobre determinado cuidado.
Mas afinal, quando levar meu filho ao pediatra?
Ser pediatra vai muito além do curar. É antecipar-se ao adoecer. Por isso mesmo, na infância e adolescência procurar o médico deve ser tão rotineiro como ir à escola, por exemplo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a frequência de consultas ao pediatra depende da idade.
No primeiro mês de vida, o bebê deve ser avaliado pelo pediatra três vezes durante o mês. É a transição mais crítica da vida: sair da tranquilidade do útero materno para o novo mundo cheio de aprendizado. Nesta rede de apoio, o pediatra é um grande porto seguro para a nova família que se inicia.
A partir do segundo mês de vida até os seis meses, as visitas podem ser mensais: medir, pesar, avaliar crescimento da cabeça e estimular todo o desenvolvimento neuropsicomotor da criança para que ela atinja sua melhor capacidade, além de prevenir doenças através da vacinação e de cuidados gerais.
Do sétimo mês de vida até dois anos, a consulta passa a ser a cada três meses aumentando o intervalo para cada seis meses até atingir seis anos de idade quando a consulta passa a ser anual até os 20 anos de idade.
Dra Janayna Lima do Vale
CRM-SP 173057/ RQE 85124
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A quem se destina? ***
Mamães e papais grávidos entre a 28ª semana a 40ª semana de gestação ( 7º e 9º mês) e também para quem vai ajudar nos cuidados com o bebê.
Mas meu bebê ainda nem nasceu...
A consulta pediátrica durante o pré- natal é uma consulta de prevenção e formação de vínculo com aquela médica que vai se tornar parte da vida da pessoa mais importante para os pais: o bebê que está chegando!
Além de avaliar as condições maternas da gravidez, o maior foco é a orientação para a família sobre os cuidados com o bebê desde o nascimento, alta da maternidade até a consulta de retorno já na primeira semana de vida do bebê.
Será que eu vou ter leite? Como vai ser o primeiro banho do bebê? E as cólicas? E o amarelinho da pele? Como vou limpar o umbigo? Será que vou saber segurar o neném molinho?? E se este parto for diferente daquele anterior? E se eu não encontrar um pediatra que eu goste para cuidar do meu filho??
Estas e muitas outras ansiedades e dúvidas são abordadas nesta consulta, sempre direcionada para a necessidade de cada família.
*** A consulta pré-natal torna-se ainda mais essencial quando a gravidez ocorre antes dos 16 anos ou após os 35 anos. Quando são gêmeos ou se há risco de prematuridade; quando há história de aborto espontâneo anterior, morte intraútero ou antes dos 28 dias de vida do recém-nascido; quando há doença materna ou condições de risco para crescimento restrito intrauterino ou ainda riscos para o parto.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria
Dra Janayna Lima do Vale
CRM-SP 173057/ RQE 85124